Redirecionamento

29 agosto, 2011

Rio Grande do Norte Ajuda a Reduzir o Desemprego no Japão e Indonésia

Os números divulgados recentemente pelo Ministério do Trabalho e Emprego indicam que o RN foi, no primeiro semestre de 2011, o quarto estado brasileiro que mais recebeu autorizações de estrangeiros para trabalhar.

No RN foram 695 autorizações de trabalho no primeiro semestre de 2011. O estado ficou atrás apenas do RJ (11.377), SP (9.635) e MG (98).

Os números do primeiro semestre de 2011 no RN são, inclusive, maior que a soma do total de autorizações dos três anos anteriores (570).

Os dois principais países emissores de trabalhadores para o RN nesse primeiro semestre foram a Indonésia (276) e o Japão (92). Desconfio que esses trabalhadores vieram para trabalhar naqueles barcos de pescas japoneses arrendados pela empresa de pesca Atlântico Tuna.

Ironicamente é o RN gerando empregos para os pobres japoneses. Espero que essa seja apenas uma situação temporária, enquanto os brasileiros não estão suficientemente familiarizados com as modernas técnicas de pescas das embarcações japonesas. Caso contrário, teremos uma típica atividade de exploração de nossos recursos naturais, onde nem sequer a mão-de-obra utilizada será a nossa.


27 agosto, 2011

Empresas do RN Faturaram R$ 35,8 Bilhões em 2009

O IBGE divulgou ontem a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) referente ao ano de 2009 e com essa divulgação encerrou o ciclo anual de resultados para os grandes setores da economia. Anteriormente o órgão havia divulgado a Pesquisa Anual do Comércio (PAS), a Pesquisa Anual da Indústria (PIA) e a Pesquisa Anual da Construção Civil (PAIC).

Essas quatro pesquisas anuais fornecem informações detalhadas e importantes para os cálculos dos PIBs regionais e municipais, bem como para se compreender a estrutura interna de cada um desses setores da economia no Brasil e nos estados.

Em 2009 esses quatros setores da economia tiveram um faturamento no RN da ordem de 35,8 bilhões. O comércio faturou naquele ano cerca de R$ 18,4 bilhões, a indústria R$ 10,2 bilhões, os serviços R$ 4,8 bilhões e o valor das obras e serviços na construção civil chegou a R$ 2,4 bilhões.

O grande destaque em 2009 foi a grande variação do valor das receitas do setor industrial, que praticamente dobrou de valor entre 2008 e 2009. A causa principal dessa grande variação foi a forte elevação do preço médio do petróleo no ano de 2009, que afetou significativamente o faturamento da indústria extrativa local, mais especificamente no setor produtor de petróleo.


Em termos de pessoal ocupado esses setores possuíam em seus quadros, em 31/12/2009, aproximadamente 300 mil pessoas. O maior empregador é o comércio, com quase 110 mil ocupados, seguido dos serviços e da indústria.

O comércio também foi aquele que mais expandiu o número de pessoas ocupadas entre 2007 e 2009.


As pessoas sempre me perguntam porque o IBGE demora cerca de 18 meses para divulgar os resultados dessas pesquisas. Porém, é preciso ter em mente que os dados de um ano demoram a ser consolidados pelas empresas em seus balanços e depois o IBGE tem que coletar todas essas informações junto aos contadores e gerentes de produção. Para vocês terem uma ideia, nesse momento o IBGE está coletando os dados de 2010. Esses dados começaram a ser coletados apenas em maio, porque até o fim de abril as empresas não são obrigadas a apresentarem seus balanços. Depois disso leva-ser cerca de 5 meses para visitar todas as empresas (só no RN a amostra da pesquisa é de mais de 4 mil empresas) e coletar suas informações. Depois tem que passar esses dados por filtros de crítica, consolidar e finalmente publicar. 

23 agosto, 2011

A Quantas Andará a População da Região Metropolitana de Natal nas Próximas Décadas?

Ontem, em seminário na UFRN sobre os 10 anos do Estatuto das Cidades, promovido pelo Parlamento Comum da Região Metropolitana de Natal, apresentei um quadro com minhas estimativas para o crescimento demográfico da Regiãos para as próximas três décadas.

Minha hipótese principal é que, seguindo a tendência demográfica pela qual o Brasil vem passando e em consonância com o que tem ocorrido em Natal e seu entorno nas últimas duas décadas, a taxa de crescimento demográfico da nossa região metropolitana continuará sua tendência de queda e nossa população estará praticamente estagnada na casa 1,65 milhões na década de 2030.

Como tendência demográfica nacional estamos registrando uma forte queda nas taxas de fecundidade, com a população brasileira tendendo à estabilização na metade dos anos 30 e a um posterior movimento de declínio.

No caso da Região Metropolitana de Natal, conforme podemos ver no gráfico abaixo, seu ritmo de crescimento declinou de uma taxa média anual de 3,7% nas décadas de 70 e 80 para uma taxa de 2,6% nos anos 90 e de 1,88% nos anos 2000.

Com esses números eu acredito que o incremento demográfico (a variação em termos absolutos do número de habitantes) da presente década ficará em torno de 180 mil habitantes (abaixo das últimas duas décadas) e continuará declinando para algo em torno de 100 mil novos habitantes na década de 20.

Parte expressiva desse crescimento demográfico ocorrerá nos municípios ao entorno de Natal (notadamente Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba). Provavelmente o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante redefina uma parte do crescimento da cidade e acabe aumentando o peso da região norte nesse ritmo de crescimento.

Não acredito, como alguns imaginam, que o novo aeroporto seja capaz da reverter a tendência de queda das taxas de crescimento demográfico da Região. Essas taxas poderão até na registrar a queda acentuada que estou prevendo, mas elas sem dúvida cairão.

Outra razão para minha descrença na capacidade dos atuais investimentos na capital reverter essa tendência demográfica é que, ao contrário das expectativas gerais, não acredito muito que São Gonçalo do Amarante se transforme no HUB para a aviação mundial nas suas rotas de atendimento à América do Sul. Mas isso é um assunto para um outro post que farei em breve.


16 agosto, 2011

As Empresas Interessadas no Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN)

Ontem foi o último dia para empresas interessadas em operar a concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) apresentassem suas propostas na BM&FBovespa. Pelo menos três empresas/grupos apresentaram propostas.

A primeira a registrar sua proposta foi a ENGEVIX ENGENHARIA (Veja site Aqui). Essa empresa empresa atua em vários ramos na área de engenharia, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Também tem atuação em concessões rodoviárias, tratamento de água, gestão de resíduos industriais, geração, transmissão e distriubuição de energia elétrica. Também é controladora do estaleiro Rio Grande. No ano passado a receita líquida da empresa foi de aproximadamente R$ 1,3 bilhão.

A segunda proposta foi apresentada pelo grupo TRIUNFO PARTICIPAÇÕES (Ver site aqui), uma empresa com ações negociadas na BM&FBovespa, cujo faturamento em 2010 foi de R$ 546 milhões. A empresa atua nos ramos de infraestrutura rodoviária, portuária e de geração de energia. Segundo notícias do mercado a TRIUNFO apresentou sua proposta em parceria com a espanhola Fomento de Construcciones y Contratas (FCC), que também atua na área de engenharia.

Notícias do mercado também dão conta de que houve uma terceira proposta, cujo nome ainda não foi revelado.

Das empresas que até agora já sabemos que manifestaram interesse o que se pode concluir é que, apesar das mesmas possuírem experiencia na gestão de concessões públicas, nenhuma das duas tem histórico de atividades na aérea de administração aeroportuárias. Também não são grandes empresas.

Desde semana passada que três grande empresas que já atuam no mercado de concessão de aeroportos manifestaram desistência ou desiteresse pelo aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). Foram elas: a alemã FRAPORT, a mexicana GAP e a espanhola OHL (através da OHL Brasil).

A menos que a concorrente cujo nome ainda não foi revelado revele-se uma surpresa agradável, parece que de fato essas grandes operadoras não se interessaram pelo investimento. Segundo o que tem sido divulgado, a principal razão para essa falta de interesse seria a baixa taxa de remuneração que a concessão promete. Para um invvestimento programado de R$ 800 milhões em um período de 28 anos a taxa de retorno projetada para esse aeroporto é de 6,3% ao ano. Todavia, as grandes operadoras aeroportuárias estavam pressionando por uma taxa de retorno ao redor de 10% ao ano.

Aeroporto Augusto Severo (Natal) Não é Lucrativo

A ANAC divulgou ontem um relatório detalhando o desempenho financeiros de todos os aeroportos do país sob a administração da INFRAERO. Os números revelam que de um total de 66 terminais aeroportuários administrados pela empresa no país, somente 15 possuem receitas superiores aos seus custos operacionais. Destes 15, porém, apenas 7 apresentam rentabilidade positiva se forem incluídas a depreciação e a remuneração do capital.

Dos aeroportos das capitais nordestinas, somente Salvador e Fortaleza apresentam receitas superiores aos custos operacionais, mas somente se não for levado em consideração a depreciação e a remuneração do capital. Incluindo esses dois itens todos essas terminais da região passam a operar no vermelho.

Na lista dos aeroportos das capitais nordestinas o Augusto Severo (Natal/Parnamirim) ocupa a 4ª colocação em volume de receitas, atrás dos aeroportos das grandes metrópoles regionais: Salvador, Recife e Fortaleza.


Em 2010 o aeroporto de Natal teve uma receita de pouco mais que R$ 27 milhões, para um custo operacional (sem depreciação e remuneração) de R$ 29,4 milhões. Com a inclusão da depreciação e da remuneração do capital o custo do aeroporto sobe para R$ 44 milhões.

As duas principais fontes de receitas do nosso aeroporto são: embarque domésticos (R$ 13,2 milhões) e atividades não reguladas (R$ 9,8 milhões).


A ANAC também divulgou um índice de eficiência dos aeroportos brasileiros. No ranking nacional o aeroporto de Natal ocupou em 2010 a 12ª colocação. Já na região Nordeste ficou em 4º lugar.

15 agosto, 2011

Índice de Preços ao Consumidor no RN Continua em Desaceleração

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do RN, medido pelo IDEMA, continua sua trajetória de desaceleração, seguindo a mesma tendência dos índices nacionais de preços.

Em julho deste ano o IPC/IDEMA registrou alta de 0,11% e o item alimentos e bebidas marcou uma queda de -2,08%. A queda em alimentos e bebidas ocorreu após 9 meses seguidos de alta.



No acumulado do ano o índice geral marca elevação de 3,75% e o item de alimentos e bebidas aumento de 5,5%. Quando comparamos aos mesmo período do ano vemos, vemos que até julho de 2010 a inflação no estado acumulava alta de 3,59% (abaixo, portanto, do registrado esse ano) e os alimentos e bebidas de 9,66%.

Muito embora o índice geral acumulado até julho deste ano ainda esteja em um patamar superior ao registrado no mesmo período do ano passado, as expectativas é que este ano a inflação termine em um patamar inferior ao do ano passado. Isso irá ocorrer porque no segundo semestre do ano anterior, sobretudo nos últimos meses, ocorreu uma forte elevação no preço dos alimentos, pressionando com isso o índice geral.

Para este ano não é esperado uma elevação tão significativa dos preços nos últimos meses. É claro que a queda dos alimentos é apenas sazonal e o preço dos mesmos voltará a registrar aumentos positivos nos próximos meses, mas serão inferiores aos aumentos do ano anterior.

Por isso que no acumulado em 12 meses os índices do estado continuaram sua trajetória declinante, sobretudo o índice de alimentos e bebidas.




12 agosto, 2011

O Comércio Varejista do RN no Primeiro Semestre de 2011

Até recentemente minhas expectativas quanto ao crescimento do comércio varejista do RN em 2011 era de que ele iria encerrar o ano na casa dos 10%. Todavia, com a saída dos dados de junho e minhas expectativas para os números de julho, agora acredito que tal crescimento fique ao redor de 7 a 8%.

Em junho o comércio varejista do estado cresceu 8,29% comparado ao mesmo período do ano anterior e o comércio varejista ampliado (que inclui também material de construção e veículos e peças para veículos) cresceu 7,84%.

No acumulado do ano o varejo cresceu no estado 7,72% (Brasil 7,37%) e o ampliado 7,10% (Brasil 9,22%).

Diferente do que vem acontecendo no Brasil, no RN o varejo ampliado vem crescendo a um ritmo mais lento. Isso se deve principalmente ao mercado local de veículos novos, que no primeiro semestre deste ano (segundo dados da FENABRAVE), vendeu 0,61% menos que no mesmo período do ano passado.

Já podemos dizer também que o comércio local sofre os efeitos da política monetária do governo federal (aumento dos juros, restrição ao crédito e diminuição do ritmo de crescimento da economia). Essa política vem desacelerando o ritmo de crescimento das vendas.

Importante lembrar, mais uma vez, que não estamos falando de crescimento negativo do comércio, mas sim de um ritmo de crescimento positivo mas não tão elevado quanto aquele registrado ao longo de 2010. Diria que desde março deste ano que o nosso comércio dá sinais de desaceleração.

Para julho, particularmente acredito que o crescimento ficará até menor do que o de junho. Para os demais meses do ano acho que esse crescimento voltará a ficar na casa de 7 a 8%.



09 agosto, 2011

OI Lidera as Vendas de Novas Linhas de Celulares no RN em 2011

O mercado de novas linhas de celulares no RN tem se mostrado menos aquecido agora em 2011. No primeiro semestre desse ano foram contabilizados no estado 237,8 mil novos acessos, contra 247,5 mil no mesmo período do ano passado.

Comparando o número de novos acessos por operadora nesse primeiro semestre, vemos que a liderança foi da empresa OI (117.050) seguida bem de perto pela Claro (116.746). Até o final do ano a liderança da OI pode ser desbancada pela Claro. Isso porque a primeira empresa foi quem mais vendeu nos três primeiros meses do ano, mas diminuiu significativamente seu ritmo de expansão no segundo trimestre, sendo ultrapassada pela Claro.


Em termos de total de linhas existentes, em junho de 2011 o RN tinha 3.507.995 (mais de uma linha por habitante). A liderança é da TIM, seguida pela CLARO, OI e VIVO.



02 agosto, 2011

Crédito Imobiliário no RN Atinge R$ 277 Milhões de Janeiro a Maio - Crescimento de 22%

O volume de crédito imobiliário no RN continua em franca expansão. Nos primeiros cinco meses deste ano o total concedido no estado chegou a R$ 276,6 milhões. Essa valor é aproximadamente 22% maior do que o mesmo período de 2010.

A expansão aconteceu sobretudo na modalidade aquisição, cujo aumento foi de 55,4%. Na modalidade construção o crédito cresceu apenas 8,30%.

Depois de uma forte expansão no volume de crédito concedido para construção em 2010, quando o volume no RN saltou de R$ 48 milhões em 2009 para R$ 380 milhões no ano passado, os valores ao longo deste ano tem se estabilizado (ou melhor, crescido em um ritmo bem menor).

No ano passado o volume total de crédito foi de R$ 578 milhões, dos quais dos quais R$ 197 milhões para aquisição e R$ 380 milhões para construção, reforma e ampliação.

Ainda não estou plenamente convencido de que repetiremos em 2011 o mesmo desempenho de 2010. O segundo semestre do ano passado foi um período bastante aquecido na concessão do crédito imobiliário no estado. Isso se refletiu no aumento significativo de obras em andamento e em fortes contratações de profissionais ligados ao setor. Provavelmente este ano as empresas estejam mais dedicadas ao andamento das obras já iniciadas do que no lançamento  de novos empreendimentos.

Não estou dizendo aqui que estamos diante de uma retração do setor. O que quero afirmar é que, do ponto de vista da construção de novos imóveis, podemos estar caminhando para uma estabilização do mercado, embora seja necessário afirmar que esta estabilização (ou ritmo menor de crescimento) está acontecendo em um patamar bastante elevado.

Mas ainda é cedo para fazermos uma previsão para o volume de crédito que será concedido até o final do ano. O segundo semestre é sempre, sazonalmente, mais aquecido que o primeiro e até mesmo o volume record do ano passado pode ser superado este ano. Pelo menos nesses cinco primeiros meses isso vem acontecendo.