Redirecionamento

23 junho, 2011

Empresa TIM perde 39 mil clientes em 2011 no RN

Segundo matérias na imprensa do RN publicadas hoje, o Ministério Público voltou a pedir a proibição da comercialização, no Rio Grande do Norte, de novas linhas telefônicas móveis da empresa de celular TIM.

No início do ano a justiça proibiu a comercialização de novas linhas por parte dessa empresa em função da qualidade dos serviços por ela prestados, que vinham cada vez mais se deteriorando. Essa deterioração, por sua vez, decorria de que a empresa nos últimos anos tinha promovido uma agressiva política de expansão de sua base de consumidores sem os necessários investimentos em sua rede.

Essa política agressiva de incorporação de novos consumidores, sobretudo com aquela promoção dos R$ 0,25 por ligação surtiu efeitos no sentido de transformar, no RN, a empresa em líder do mercado local de telefonia móvel.

Conforme o gráfico abaixo, nos anos de 2009 e 2010 a TIM expandiu sua base de clientes no RN em praticamente 470 mil novos consumidores. Essa forte expansão a levou do terceiro lugar no ranking estadual em fevereiro de 2009 (a Oi ocupava a primeira colocação e a CLARO a segunda) para a liderança do setor atualmente.



 
Todavia, os problemas com a qualidade dos serviços prestados e a proibição judicial de comercialização de novas linhas levaram a TIm a perder no RN, entre janeiro e maio deste ano, de aproximadamente 39 mil linhas.

Essas perdas se concentraram nos meses de janeiro e fevereiro, quando 51.906 e 3.307 clientes, respectivamente, abandonaram a empresa.

Mesmo com essas perdas a TIM ainda é a operadora líder no estado, muito embora com os problemas que ela vem enfrentando essa liderança pode ser ameaçada muito em breve.


21 junho, 2011

Exportações de Frutas Tropicais pelo RN

A agricultura brasileira vem se constituindo em um importante celeiro mundial, transformando o país em um grande fornecedor internacional de alimentos. O Brasil tem forte participação internacional nas exportações de café, açúcar, suco de laranja, complexo de soja (grão, farelo e óleo) e complexo de carnes (bovina, suína e de frango).

No RN o setor agrícola também tem um grande peso na pauta de exportações do estado. Aqui, porém, as exportações oriundas desse setor concentram-se na fruticultura e espacialmente na região oeste do estado.

Seis produtos respondem por aproximadamente 45% do total exportado pelo RN. São eles: Castanha de Caju, Melão, Banana, Manga, Melancia e Mamão.

Em 2010 essas culturas responderam, juntas, por US$ 125 milhões em valor exportado.

Em termos históricos o ano de 2007 foi aquele em que o estado registrou o maior volume de exportações de frutas de sua história. Naquele ano foram exportados US$ 173 milhões.

Todavia, de lá para cá o setor registrou uma forte queda no valor exportado. Parte dessa queda pode ser explicada pelos efeitos das cheias do rio piranhas-açu no ano de 2008. Essas cheias tiveram um forte impacto negativo nos municípios à jusante da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, localizada no Vale do Açu.

Essas inundações pegaram em cheio os pomares de banana e manga existentes naquela região e que é o principal território estadual produtor dessas duas frutas. Para a banana os prejuízos foram significativos e o setor até o momento não se recuperou da queda. Isso ocorreu porque as inundações provocaram a morte das plantas em extensas áreas no município de Ipanguaçu e a principal empresa produtora (Del Monte) não recompôs essas áreas perdidas.

O melão, por sua vez, vem tendo suas exportações prejudicadas no estado por dois fatores principais: de uma lado o câmbio valorizado vem diminuindo a rentabilidade dos agricultores e de outro uma parte da produção da fruta tem migrado do RN para o estado vizinho do Ceará.

O mamão também sofreu uma forte queda na produção entre 2007 e 2010. Não tenho uma explicação definitiva sobre essa queda. No RN o produto tem como principal produtor a empresa capixaba Calimã, líder nacional nas exportações desse produto, e cuja produção aqui no estado é feita, em grande parte, em parceria com alguns assentamentos de reforma agrária. Suponho, portanto, que essa queda tenha afetado sobretudo esses agricultores integrados à empresa.


Em 2011, no acumulado nos 5 primeiros meses, as exportações dessas seis frutas totalizaram US$ 41,7 milhões, um volume 8,15% inferior ao mesmo período do ano passado.

As maiores quedas este ano foram nas exportações de banana (-28,94%) e melancia (-21,07%). O melão e a castanha também registraram quedas, de 12,22% e 0,96% respectivamente. Em movimentação oposta as exportações de mamão aumentaram este ano 52,25% sobre o mesmo período de 2010. O mesmo ocorreu com as exportações de manga, com crescimento de 3,13%.


 
Até o final do ano acredito que as exportações de castanha irão crescer. A queda nas exportações desse produto esse ano são fruto da forte queda na produção de castanha o ano passado, resultado de problemas fitossanitários e da insuficiência de chuvas. Esse ano a perspectiva é de retorno da produção aos patamares normais.

Até o final do ano acredito que as exportações dessas seis frutas ficarão na faixa entre 120 e 130 milhões de dólares. A liderança continuará sendo da castanha, cujas exportações poderão encerrar o ano com até US$ 50 milhões. 
    

18 junho, 2011

Preço da Castanha - Em Forte Elevação Mas com Perspectiva de Queda nos Próximos Meses

O ano de 2010 foi marcado por uma forte queda na produção de castanha do Rio Grande do Norte. De uma safra de aproximadamente 49 mil toneladas de castanha in natura produzida em 2009, o volume caiu para 26,6 mil em 2010, queda de 45,6%.

Esse fato gerou uma falta generalizada do produto que afetou fortemente as usinas de beneficiamento das castanha, responsáveis pelo atendimento do mercado interno e também pelas exportações.

Como uma das principais consequências tivemos uma queda significativa no volume exportado da castanha nos primeiros 5 meses de 2011 comparado aos mesmo período de 2010. No ano passado, até maio, o volume exportado foi de 3,61 mil toneladas e este ano reduziu-se para 2,3 mil.


Mas o efeito mais significativo da quebra da safra de 2010 foi a explosão do preço da castanha exportada e também daquela ofertada no mercado local.

Em outubro de 2010, no início da colheita da safra passada o preço da castanha exportada estava em US$ 5,27 o quilo. Em maio de 2011 a castanha do RN foi exportada a um preço médio por quilo de US$ 8,53, aumento de 62%.

Esse expressivo aumento no preço do produto acabou reduzindo o impacto da queda do volume exportado sobre as receitas de exportações. Enquanto o volume exportado nos primeiros cinco meses deste ano foi 35,5% menor do que no mesmo período do ano passado o valor das exportações caíram apenas 0,96% nesse mesmo período.



Todavia, os números do setor começam a sinalizar que esse preço não irá se sustentar nos próximos meses. Por enquanto o produto ainda se encontra lá nas alturas porque não existe oferta da castanha in natura no mercado. As usinas estão trabalhando com o material que ela possui no estoque e algumas indústrias do Ceará estão também importando o produto.

Em breve, porém, começa a entrar a oferta da nova safra, começando com a produção do Piauí, de pois do Ceará e depois do Oeste do RN. Assim, a partir de agosto/setembro aproximadamente a castanha in natura vai voltar a ser ofertada no mercado.

Como os dados do IBGE sinalizam por enquanto que a safra este ano voltará ao patamar normal (em torno de 48 mil toneladas), o preço do produto forçosamente vai cair nos próximos meses. É importante lembrar, porém, que a estimativa de safra do IBGE ainda é preliminar e se baseia por enquanto na expectativa dos produtores e dos técnicos do setor. Somente com o desenvolvimento da florada dos cajueiros e posteriormente com a colheita da safra é que esse número pode se conformar ou não. Claro que a riscos de uma nova quebra de safra, mas esse risco, no momento, é praticamente nulo. 

Portanto, confirmadas as expectativas atuais o preço do produto registrará recuo ao longo do ano. 

14 junho, 2011

A Inflação no RN

Em duas postagens recentes (veja aqui e aqui), referentes aos dados de inflação no RN nos meses até março e abril, respectivamente, eu venho afirmando que a inflação do estado, semelhante ao que ocorre no Brasil, irá progressivamente descer a patamares mais toleráveis.

Os dados do IDEMA referentes ao IPC/RN de maio/2011 confirmam minhas previsões. No mês passado o índice geral ficou em 0,39%  ante 0,66% em abril. No item alimentos e bebidas  recuou de 1,65% em abril para 0,99% em maio.

No acumulado em 12 meses o IPC do estado está em 6,63% e o item alimentos e bebidas em 12,35%.

No ano os preços dos alimentos e bebidas registrou um aumento de 7,47%. Nesse mesmo período do ano passado o aumento havia sido de 10,27%.

Continuou acreditando que a inflação de alimentos no estado continuará sua trajetória de declínio e encerrará o ano em um patamar bem inferior ao de 2010 (15,27%). Essa queda na inflação de alimentos também irá provocar uma redução da queda do índice geral.

Todavia, a inflação dos itens alimentares no estado ainda está em um patamar que é mais de duas vezes superior ao ritmo de aumento dos preços desses produtos no país.

Para o próximo quadrimestre minha expectativa é que os alimentos continuem subindo moderadamente no RN (podendo eventualmente registrar queda em algum mês). Todavia, no gráfico de acumulado em 12 meses poderá haver algum repique inflacionário (espero, por exemplo, um repique desse agora em junho, quando a inflação acumulada em 12 meses ficará maior que em maio). Em outros termos, a inflação continuará se desacelerando mas em ritmo bem menor quando analisado o gráfico de 12 meses.

No último trimestre do ano, porém, a queda do ritmo de inflação de alimentos e bebidas no estado será mais acentuada e o gráfico de 12 meses voltará a registrar movimentos descendentes mais acentuados.

Há dois meses atrás eu acreditava que a inflação de alimentos no RN esse ano ficaria na casa dos 10%, hoje já faço uma avaliação que o número poderá ficar abaixo disto.

Vamos esperar os próximos meses e testar minha capacidade de antecipação...



  

13 junho, 2011

A "Explosão" do Consumo de Gasolina e a Queda no Consumo de Óleo Diesel do RN

Voltando ao tema do mercado estadual de combustíveis, verificamos uma verdadeira "explosão" no consumo estadual de gasolina, alimentado pela frota cada vez maior e pelos recordes sucessivos de vendas de veículos novos.

Em 2008 o Diesel liderava em termos de volume de vendas de combustíveis no estado. Foram cerca de 377 mil metros cúbicos comercializados do referido combustível no RN naquele ano. No mesmo período o consumo de gasolina totalizou 304 mil metros cúbicos.

Decorridos 27 meses a gasolina passa a liderar o volume de combustíveis vendido no estado, com um total de 408 mil metros cúbicos comercializados nos últimos 12 meses encerrados em abril de 2011. Por outro lado, o consumo de óleo diesel atingiu a marca de 397 mil metros cúbicos no mesmo período.

Os dados do gráfico também demonstram que desde outubro de 2010 que o consumo de diesel no estado vem sofrendo um declínio. Em setembro do ano passado o consumo acumulado em 12 meses alcançou a marca de 411,4 mil metros cúbicos, passando a recuar desde então.

Esse recuou no consumo de diesel pode ser uma sinalização de um certo desaquecimento da economia, uma vez que esse é o combustível que movimenta sobretudo a frota responsável pela transporte de mercadorias. Assim, um menor volume de carga transportada pode significar um volume menor de caminhões nas estradas e um menor consumo do combustível que abastece esses caminhões.


11 junho, 2011

Produção e Consumo de Combustíveis no RN

A produção de derivados de petróleo na Refinaria Potiguar Clara Camarão (localizada em Guamaré) atingiu a marca de 317 mil metros cúbicos no primeiro quadrimestre de 2011, sendo 188,5 mil de óleo diesel, 86,2 mil de gasolina tipo "A" e 42,7 mil de querosene de aviação (QAV).



A produção de gasolina naquela unidade da Petrobras é recente, datando de setembro de 2010. Já a produção da QAV e óleo diesel é mais antiga, mas desde o ano passado que o volume produzido dessas duas substâncias apresentou uma mudança de patamar e vem atingindo um nível mais elevado.

Conforme podemos ver no gráfico abaixo a produção local de diesel é mais que suficiente para o atendimento da demanda potiguar, sendo o excedente comercializado pela Petrobras nos estados vizinhos.


O QAV produzido no estado também é mais do que suficiente para atendimento da demanda local. O que excede o consumo do estado é levado para aeroportos de outras capitais nordestinas, sobretudo de João Pessoas e Recife.


Já no mercado de gasolina nós ainda não alcançamos a auto-suficiência. Produzimos por mês aproximadamente 22 mil metros cúbicos de gasolina tipo "A" (sem mistura com o álcool) e consumimos cerca de 35 mil metros cúbicos de gasolina tipo "C" (misturada ao álcool). Assim, para que fôssemos capazes de atender à demanda estadual por gasolina teríamos que produzir entre 28 e 30 mil metros cúbicos da gasolina pura.




04 junho, 2011

Um mapa da distribuição geográfica da população negra do RN

O IBGE vem dando continuidade à divulgação dos resultados do censo 2010. Muita informação já foi divulgada e uma quantidade enorme ainda será publicada até fins de 2012.

Apresento aqui um mapa do RN pintado com o percentual da população municipal que se declararam pardos ou pretos. Quanto mais intensa a cor maior é a parcela da população que se declararam de cor negra.

Há nitidamente uma falta de uniformização na cor da população do RN. A região do Seridó e o Alto Oeste potiguar aparecem como os espaços de menor presença relativa da população negra. Há uma maior presença nas regiões litorâneas, com destaques para as microrregiões do Litoral Nordeste, Litoral Sul, Agreste, Baixa Verde, Macau e Mossoró (nesse último caso mais forte nos municípios de Areia Branca, Grossos e Tibau).

A menor presença da população negra no Seridó e Alto Oeste provavelmente está associada à chamada "civilização do gado" ou "civilização do couro", que predominou na ocupação original desses territórios e se diferenciava da "civilização do açúcar", que predominava no litoral leste.

Os três municípios com maior percentual de população que se declararam de cor parda ou preta foram: Jardim de Angicos (88,91%), Maxaranguape (76,99%) e Lajes Pintada (76,76%). Já aqueles com a menor participação da população declarada negra foram: Santana do Seridó (25,73%), Ouro Branco (29,30%) e São Fernando (31,26%).

No RN o percentual da população que em 2010 se declarou pardo ou preto foi de 57,72%.





02 junho, 2011

Os Limites de Gastos com Pessoal do Governo do Estado: um Samba do Crioulo Doido?

Até o presente momento eu não havia entrado nesse discussão sobre os limites de gastos com pessoal do governo do estado pois estava esperando a publicação do primeiro quadrimestre de 2011.

Agora que saiu eu resolvi fazer um levantamento dos últimos 6 anos, acompanhando os resultados quadrimensais. O que me deparei, porém, foi com algo parecido com um "samba do crioulo doido".

Isso porque os limites encontrados depende da fonte de dados consultados. Os dois sites onde podemos encontrar essas informações é no da Secretaria do Tesouro Nacional - STN (STN) e no da Secretaria Estadual de Planejamento - SEPLAN (SEPLAN). Para a maioria dos quadrimestres, porém, as informações são divergentes e os números apresentados chegam a ter três versões diferentes. Uma versão é aquela que encontramos no site da STN, mas além desta verificamos mais duas versões no site da SEPLAN, uma produzida segunda as normas da STN (mas com números divergente daqueles apresentados no próprio site da STN) e uma outra elaborada segundo parecer do Tribunal de Contas do Estado que excluí do cálculo algumas receitas e despesas.

O caso mais gritante aparece no último quadrimestre de 2010. No site da STN, em documento assinado pela governadora do estado, pelo secretário estadual de finananças e planejamento, pelo contorlador geral do estado e pelo contador geral, o percentual de despesas com pessoal é de 61%. Mas no site da SEPLAN, um outro documento assinado pelas mesmas autoridades apresenta um percentual de 49,26% segundo metodologia da STN e de 49,92% de acordo com decisão do TCE.

Os números do primeiro quadrimestre de 2011 só estão disponíveis no site da SEPLAN, ainda não foram publicados pela STN.

Confesso que não tenho a menor idéia das razões dessas discrepâncias.